Friday, November 21, 2008

LA BELLA QUE QUEDE DORMIDA.... o que se despierte en los dias de hoy


El 18 de Noviembre 2008, el Ballet de Santiago dió la ultima representación de «La Bella Durmiente» en el Teatro Municipal de Santiago, con coreografia de su directora artística Marcia Haydée.
La música de Tchaikovsky fue interpretada por la Orquesta Filarmónica de Santiago dirigida de manera equilibrada y adecuada por José Luis Domínguez.
La obra se presentó ante el publico como una reposición historica, con algunos toques modernos, como el excelente Hada Carabosse de Rodrigo Guzmán, cuya interpretación y expresividad son perfectos, además de su bellisima calidad de danza.
El resto del reparto estuvo un poco más desequilibrado, primando los roles expresivos como la Condesa y Blanca Nieves de Sofia Menteguiaga, los Gatos de Sonia Ossandon y Guillermo González y la Caperucita Roja y el Lobo de Eugenia Ordoñez y Edison Araya.
A pesar de el buen nivel técnico de la compañia y de la reposición historica que sigue gustando al publico habitual, un publico más «raffiné» esperaria más de una versión actual de este ballet clásico. Pero esta versión no se trata para nada de una visión contemporánea.
El buen nivel tecnico esta bien presente en las ejecuciones virtuosas de Luis Ortigoza, Marcela Goicoechea, Elizabeth Espinoza o de el exagerado Lucas Alarcón. Pero poco aporta a las necesidades interpretativas de una obra de este calibre, sobretodo hoy en dia, donde un publico «connaisseur» exige una tecnica perfecta, pero sobretodo interpretaciones carismaticas e inteligentes... pues eso se hizo raro, y ejemplo de ello fue la princesa Aurora de Natalia Berrios, que empezó con una interpretación «à la» Coppélia, como si se hubiera equivocado de Ballet y terminó como una princesa sin relieve ni encanto.
Lo más extraño de esta coreografia, fueron algunos momentos que parecieron casi antimusicales... cosa bastante sorprendente en un ballet clasico. Sobretodo cuando en el foso el maestro estuvo tan atento a los bailarines.
Pero lo qué resultó más chocante, aunque no sea algo nuevo en la danza académica, fue el hecho de que muchas de las variaciones (algunas de las cuales se hacian interminables y aburridas) no hicieran más que enseñar las capacidades técnicas de los bailarines (que algunas veces tampoco parecian estar al nível), subrayando la forma como objetivo coreográfico y menospreciando el talento interpretativo y expresivo de un elenco qué podría haber tenido ahí su punto fuerte, sobretodo en un ballet narrativo como éste, que además de la belleza estética tiene una história para contar.
Claro que se puede argumentar que la historia es parte de nuestro repertorio de infancia, pero aún así, para los muchos niños que estaban en el publico, y para los adultos que hayan olvidado el mundo de las Hadas y de los Principes Azules, el atractivo de un ballet como éste deberia estar en zambullirnos en un verdadero Cuento de Hadas (lo qué no ocurrió), o en traducir ese cuento en una leyenda contemporánea (qué para nada fue el caso).
Ir al Teatro para ver un ejercicio de estilo tiene el interés museografico de admirar una obra del pasado, pero cuando el resumen de la obra es el virtuosismo fisico de una compañia que no puede competir con un Bolshoi, un New York City Ballet o un Ballet de l'Opéra de Paris, mejor es cambiar el concepto, y dejar el virtuosismo para los Juegos Olimpicos.
Quedamos esperando alguna versión actualizada de «La Bella Durmiente» que estimule las «papilas gustativas» de un publico contemporáneo - o qué por lo menos se presente como un «testigo historico»...

Friday, November 7, 2008

Las aburridas bodas de Fígaro




Dia 5 de Novembro de 2008,
Teatro Municipal de Santiago,
Chile:
antepenultimo espectáculo da ópera de Mozart
“As Bodas de Figaro”.
Que dizer sobre uma obra maestra? E sobre um génio que marcou a história da música?
Face à encenação de Michael Hampe, pouco mais resta que bocejar.
A verdade é que se o trabalho do encenador não é maravilhoso a direcção musical de Jan Latham-Koening também não ajudou nada.
Um espectáculo mais interessante no papel que em cena, onde os belos esboços de Germán Droghetti se converteram numa pobre e má cenografia e em figurinos inadecuados e sem interesse.
A nível da equipa de cantores, cabe evidenciar as principais vozes masculinas de Fabio Capitanucci como Conde de Almaviva e o Figaro de Simón Orfila, que foram as estrelas da noite, apesar de pouco terem podido brilhar num espectáculo tão apagado e sem relêvo.
Entre as vozes femininas cabe salientar o Querubino da georgiana Ketevan Kemoklidze e a Marcellina da argentina Miriam Caparotta, que apesar da falta de direcção de actores, conseguiram trazer alguma “chispa” com as suas personagens.
As protagonistas femininas foram representadas de forma completamente equivocada: a Condessa de Almaviva de Nicoleta Ardelean pareceu inapropriada e antiquada, enquanto que a Susanna de Malin Christensson para além de inaudível, foi totalmente ausente de sensualidade e carácter hispanico.
Dos pequenos papeis secundários podem-se salientar o Antonio de Javier Arrey e a jovial Barbarina de Andrea Betancourt, ambos cheios de energia.
Resumindo e concluindo: é possível fazer-se um mau espectáculo, a partir de um excelente material de base, como o é esta obra genial e divertida, que resultou aborrecida para todos.

Saturday, November 1, 2008

MONOTONIA SEM VERGONHA «À LA FRANÇAISE»


Nos passados dias 25 e 26 de Outubro de 2008, no SESC Pinheiros de São Paulo, Brasil, a Companhia de Maguy Marin apresentou «Umwelt».
Deste espectáculo não vale a pena falar dos intérpretes (que desempenharam o seu papel), nem das luzes, nem da música (sobretudo não vale a pena falar desta), por e simplesmente porque não existiu espectáculo.
Não sou do tipo de público que ainda vai ver um espectáculo à procura de definições, procurando ver algo que os nossos antepassados catalogassem de dança, teatro ou outra coisa bem definida.
Mas «Umwelt» por e simplesmente não é um espectáculo, ou se o é (pois é apresentado como tal), apetece pedir à sua criadora que reveja as suas necessidades artísticas e o apresente como aquilo que é: uma instalação performativa!
Atrás de um pretexto intelectual e de uma instalação de painéis espelhados, ventoinhas e uma instalação musical mais interessante estéticamente que musicalmente, uma dezena de intérpretes repetem acções, que apesar de uma aparente evolução, são demunidas de qualquer interesse.
A monotonia instala-se e o público exaspera-se, pois aquilo que se crê ser um momento do espectáculo, é o principio, o meio e o fim dessa instalação performativa, não havendo nenhum «turning point» revelador, e mesmo os acidentes e irregularidades humanas desta preformance não conseguem elevar o interesse deste objecto artísitico, para que valha a pena pagar um bilhete para estar sentado num teatro a olhar para aquilo.
Numa galeria, ou mesmo num teatro, mas apresentado como algo em que o público pudésse circular livremente, talvez fôsse suportável...
E depois trazem este trabalho ao Brasil para apresentar aquilo que se faz na Europa?
Felizmente que a Maguy Marin tem o tempo e o dinheiro de um Centro Coreográfico Nacional e de uma carreira notória para se dar ao luxo de «parir» tal «aborto», pois se fosse um jovem criador já estaria morto e enterrado.

Wednesday, August 13, 2008

MAOMETTO II: “LAST AND LEAST” DO ROSSINI OPERA FESTIVAL

Marina Rebeka
Michele Pertusi

A terceira e ultima ópera do ROSSINI OPERA FESTIVAL 2008, é uma nova producção de «Maometto II», dramma per musica en 2 actos de Cesare Della Valle.
Tudo aquilo que «L'Equivoco Stravagante» tem de moderno, «Maometto II» tem de anticuado.
O encenador alemão Michael Hampe optou por uma reconstituição histórica poeirenta e ilustrativa, que se fosse a primeira ópera que alguém visse, decerto essa pessoa jamais quereria retornar a um Teatro para ver um espectáculo lírico.
Recordo uma frase de um professor que nos dizia que se um espectáculo fosse mau, mas que pelo menos a música fosse boa, sempre nos deixava a possibilidade de fechar os olhos e ouvir a música. Para desgraça do magnífico elenco que canta «Maometto II», este é um exemplo pertinente dessa teoria.
E ainda assim, a direcção de orquestra de Gustav Kuhn deixou muito que desejar.
A excelente orquestra Haydn de Bolzano e Trento, dirigida pela batuta do maestro Kuhn, não teve outro remédio senão interpretar a bela partitura de Rossini de forma ensurdecedora, de tal maneira que muitas vezes nos perguntávamos para quê cantavam os intérpretes em cena.
Mas de todas maneiras era sem dúvida mais interessante observar o que se passava no fosso de orquesta.
O elenco de cantores, todos de uma qualidade inaudita, fizeram tudo o que puderam, mas a verdade é que a antiguidade pirosa desta encenação nos deixa de tal maneira perplexos, que nos perguntávamos se aquilo que viamos era real, ou uma reproducção exacerbada do fiasco da primeira criação em 1820.
A cenografia de Alberto Andreis e os figurinos de Chiara Donato pareciam feitas para um parque de atracções, com materiais seguramente de grande qualidade mas cujos resultados nos davam a sensação de ver figurinos de plástico e tecidos de má qualidade (género disfarces de Carnaval da loja dos 300) e cenários de cartolina. Inclusivamente as luzes de Franco Marri, que não obstante nos proporcionaram alguns momentos interessantes visualmente, pecaram por alguns erros como a sombra da colina da 3ª cena que se projectava no céu!
O carácter ilustrativo kitsh e de falso histórico esteve presente desde o primeiro momento, e foi piorando a cada mudança de cena, mudanças que se faziam em silêncio ou melhor, ouvindo-se o barulho dos câmbios cénicos) com o pano de boca abrindo e fechando a cada vez.
Mas se a primeira cena nos parecia um quadro realista retratando um episódo histórico (género o tratado de Tordesilhas dos nossos livros escolares), o avançar da acção introduzia a cada momento um irrealismo realista de um tal kitsh estético e estático que deixava incrédulo a qualquer espectador.
Momentos ironicamente memoráveis são o início da 3ª cena, em que o coro feminino (não obstante excelente vocal e teatralmente) parecia jogar à “macaca”, correndo e imobilizando-se várias vezes; a entrada das tropas de Maometto, de um ridículo de tal maneira insuportável que nos perguntávamos como seria possível que depois de tal “fantochada” poderia entrar o protagonista (quase melhor seria que entrásse vestido de Miss Piggy); para culminar com a cena das odaliscas, 1ª cena do segundo acto, inaceitavelmente indescrítivel, de um kitsh de tal maneira indigno de ser apresentado em público, que a partir de aí a melhor opção é, por respeito aos cantores e a Rossini, fechar os olhos.
Mas se a Gustav Kuhn se poderia aconselhar um tratamento de valeriana (ou talvez um valium) e a Michael Hampe um convite para a reforma teatral, resta-nos felicitar o elenco humano de «Maometto II», começando pela figuração que assumiu com grande dignidade (a que era possível) as personagens de guerreiros muçulmanos; o Coro de Câmara de Praga; e sobretudo os protagonistas: o tenor italiano Francesco Meli como Paolo Erisso; a jovem e belissima soprano letona Marina Rebeka, estrela promissora deste elenco, como Anna; a grande mezzosoprano Daniela Barcelonna como Calbo e o extraordinário Maometto do baixo Michele Pertusi, formaram o quarteto que protagoniza de forma excepcional esta ópera Rossiniana, secundado de forma igualmente excelente pelos jovens tenores italianos Enrico Iviglia como Condulmiero e Cosimo Panozzo como Selimo.
Esperemos que tal assembleia de artistas se possa reunir novamente numa producção digna dos seus dotes vocais e teatrais, pois esta encenação é sem dúvida um testemunho das razões pelas quais nos livros de História da Ópera é pouco abundante a referência a encenadores de ópera.



ROSSINI OPERA FESTIVAL
Adriatic Arena – Teatro 2
Pesaro – Itália
12, 15, 18, 20 e 23 de Agosto de 2008, às 20h.

«L'EQUIVOCO STRAVAGANTE» DE SAGI: OPERA PER TUTTI


Le deuxième opéra presenté dans l'édition 2008 du ROSSINI OPERA FESTIVAL, est sans doute la perle rare de cet évènement.
Rare, «L'Equivoco Stravagante», est considéré un opéra mineur de Gioacchino Rossini, peut-être dû au libretto de Gaetano Gasbarri, que Piotr Kaminski dans son ouvrage «Mille et un Opéras» qualifie d'«un des plus misérables qu'il aura jamais à affronter (...) Le texte est mal construit et vulgaire, mais la musique, composée en quelques semaines, fut accueillie favorablement».
La vérité est que Emilio Sagi, metteur en scène espagnol et directeur du Théâtre Arriaga de Bilbao, a su, dans cette production qui date de 2002, donner une tournure a cet opéra, qui pourrait lui donner une réssurrection sur la scène internationale. Elle le mérite, du moins.
«L'Equivoco Stravagante» de Sagi a une esthétique années 70, ce qui lui donne une couleur tottalement contemporaine.
La scènographie de Francesco Calcagnini et les costumes de Pepa Ojanguren sont d'une grande qualité et raffinement, et soutiennent de façon absolue cette nouvelle vision Pop de l'oeuvre.
Sur la scène la mezzosoprano russe Marina Prudenskaja interprète une Ernestina idéale, féminine et ambigüe à la fois, alternant des moments sensibles et passionnées théâtralement, le tout avec une profondeur vocale essentielle au rôle. Le ténor Dmitry Korchak, sont consort sur scène et compatriote, lui donne la réplique comme un Ermanno amoureux qui chante quelques uns des plus beaux moments musicaux de la soirée. Marco Vinco est Buralicchio, son autre consort, complètement loufoque et avec une présence buffa tellement réussie, tant théâtralement, comme vocalement, à laquelle s'ajoute sa beauté et charme naturels, qui nous fait cataloguer sa prestation de proche à la perfection.
Bruno de Simone, l'autre basse de la soirée est Gamberotto, le père de Ernestina, que de l'agriculteur enrichi Rossinien est devenu le chef de l'entreprise «Gamberotto Vegetables», une multinationale de fruits et légumes en boîte. Un magnate extraverti et allumé caracterisé comme un Aristotle Onassis, interpreté avec beaucoup d'humour, finesse et bravoure par ce grand artiste italien.
L'équipe vocale se complète avec Amanda Forsythe, jeune soprano américaine, qui promet une fructueuse carrière internationale, et dont son aire «Quel furbarel d'amore» à l'aspirateur, restera comme une interprétation inoubliable du rôle de la doméstique Rosalia. Frontino, l'autre doméstique, est interpreté médiocrement par le ténor argentin Ricardo Mirabelli, qui n'a pas grand talent, du moins théâtral.
Le Choeur de Chambre de Prague ponctue le spectacle avec ces prestations vocales et scèniques pertinentes et de qualité.
De grande qualité aussi est la direction d'orqueste de Umberto Benedetti Michelangeli, que malgré sa peu abondante experience dans le millieu théatral, réussit à extraire de l'excellente orqueste Haydn de Bolzano et Trento, des sonorités exquises, qui pourraitent surprendre ceux qui voient dans «L'Equivoco Stravagante» une oeuvre sans grand intêret musical.
En plus d'esperer que cette géniale version connaisse d'autres Théâtres et Festivals, il est important de dire que cette mise en scène contemporaine fait preuve d'une démarche que nous aimerions voir faire école dans le millieu lyrique, puisque nous sommes persuadés que cela attirerait un nouveau et plus jeune publique aux Grands Théâtres d'Opéra qui malheureusement tendent à avoir un publique vieillissant et/ou conservateur.



ROSSINI OPERA FESTIVAL
Teatro Rossini
Pesaro – Italie
11, 14, 17 et 22 Août 2008, 20h.

Monday, August 11, 2008

ERMIONE: UMA CAIXA DE SURPRESAS... SEM SURPRESAS

Sonia Ganassi
Marianna Pizzolato

A ópera de abertura da edição 2008 do ROSSINI OPERA FESTIVAL de Pesaro, é uma nova producção de «Ermione», Azione tragica in due atti deste compositor, sobre um libretto de Andrea Leone Tottola.
Esta producção é uma demonstração de como uma montagem baseada numa cenografia engenhosa e interessante esteticamente, e num muito bom elenco, pode sobreviver.
A primeira coisa que causa impacto no público, antes mesmo de começar o espectáculo é essa «moldura» marmórea, opaca e fechada, iluminada que delimita visualmente o palco. Sobretudo porque durante toda a introdução musical é esse o écran sobre o qual os nossos olhos são obrigados a pousar-se, expectantes da continuação.
O impacto prossegue com a abertura parcial do telão que nos mostra uma prisão subterrânea, e cresce ainda quando na segunda cena o telão sobe completamente para mostrar um cenografia amplia, majestosa, abstracta e neutra.
Graziano Gregori criou, com o seu engenho e inteligência cénica um objeto cenográfico, pelo qual vale a pena ir ver esta «Ermione».
Outro motivo pelo qual esta «Ermione» merece ser vista e ouvida, é o elenco maravilhoso que habita esta cenografia e que tenta, da melhor maneira interpretá-la.
E aqui se acabam as razões de interesse desta producção.
O aparente virtuosismo musical que a direcção de Roberto Abado imprime na orquestra do Teatro Comunale de Bolonha, durante a ouverture, fica-se por aí e a partir do momento em que se abre o telão a ausência de acção musical segue de perto a completa ausência de acção teatral.
Não podemos falar da encenação de Daniele Abado, pois ela é inexistente. As estupendas ideias cenográficas de Graziano Gregori não encontram resposta na direcção de cena, pelo que o resultado é uma bela caixa de fantoches.
Pior ainda, além da monotonia teatral e musical que nos acompanha durante todo o espectáculo, de vez em quando surgem em cena figuras que parecem saír de outra encenação e que em nada ajudam o público a afastar a ideia de que esta producção sofre de um vazio conceptual, ideológico e/ou simbológico.
Estes acidentes cénicos, pontuais e inexplicáveis aparecem como fotografias, devemos precisar que interessantes, mas que não encontram qualquer desenvolvimento e como não têm nada que ver com o resto da obra nos deixam perplexos, aumentando a nossa sensação de que o encenador veio a Pesaro passar férias.
Para além da cenografia, a única coisa que vale a pena nesta «Ermione» é o elenco que a protagoniza, pois os figurinos de Carla Teti, apesar da sua qualidade não têm qualquer interesse e contribuem para a monotonia deste espectáculo: homens vestidos de pseudomilitar elegante e mulheres vestidas de gala antiquada (as gregas) ou de saco de batatas (as troianas). As luzes de Guido Levi não fazem excepção a este vazio conceptual.
Sonia Ganassi interpreta uma Ermione negra e maquiavélica que durante o primeiro acto não convence (e que graças à estética com a qual a vestiram, pentearam e maquiaram, poderia igualmente estar cantando «A Viúva Alegre»), guardando-se para o segundo acto, no qual a sua explosão interpretativa lhe vale a ovação da soirée. O seu partenaire Gregory Kunde,que intepreta Pirro, segue-lhe as pisadas e durante o primeiro acto a sua interpretação é duvidosa, sobretudo vocalmente, devido a sérias dificuldades com os graves, que esquecemos no segundo acto, graças à sua força teatral e belos agudos. As otras estrelas protagonistas da noite são Marianna Pizzolato, excelente Andromaca, cujo autêntico sofrimento e dedicado amor de mãe encontram resposta na fragilidade e unica verdadeira interpretação actoral da noite que é a do jovem Astyanax, figurante infantil; e Antonino Siragusa, um Oreste com um instumento musical de excepção, no auge da sua carreira, e que desde a primeira ária arranca do público os mais sinceros aplausos.
Irina Samoylova, jovem soprano russa, é uma Cleone sem defeitos, dando vontade de a ouvir em papeís mais importantes, assim como a Cefisa de Cristina Faus, jovem mezzosoprano espanhola de grande qualidade.
De maior participação vocal nesta obra temos o baixo-barítono italiano Nicola Ulivieri, um Fenicio maravilhoso, com forte presença cénica e excelentes dotes musicais, e o Pilade de Ferdinand Von Bothmer, tenor alemão, interpretado com delicadeza e sensibilidade. Para fechar este leque de protagonistas excepcionais temos o pequeno papel de Attalo, justamente assumido pelo tenor italiano Riccardo Botta.
O Coro de Câmara de Praga completou vocalmente de forma eficiente esta ópera, com maior esmero e beleza musical na interpretação feminina que masculina.
Para terminar há que fazer referência ao final sensacionalista, que mais uma vez corrobora a ideia de falta de conceito cénico: Pirro degolado - estéticamente diriamos um animal pendurado no talho - o que «provoca» o desmaio de Ermione e o nojo do público. Recursos sensacionalistas parecem-nos válidos, mas não aqui, e sobretudo temos pena de Gregory Kunde que deve receber os aplausos como se tivésse saído de um filme de terror de má qualidade.
E é assim que «Ermione» abre de forma auspiciosa esta edição do Festival, que parece dedicada às obras de Rossini que tiveram mais dificuldades em serem aceites na sua época.



ROSSINI OPERA FESTIVAL
Adriatic Arena – Teatro 1
Pesaro – Itália
10, 13, 16 e 21 de Agosto de 2008, às 20h e 19 de Agosto de 2008 às 20h30.

Monday, August 4, 2008

LES CONTES D'HOFFMANN d'Offenbach


Esta producción del futuro director de la Ópera de Paris, que se estrenó en el Teatro Real en Diciembre 2006, a pesar de su gran belleza, fué recibida con alguna frialdad por el publico. La succesión de los varios numeros se hizo de forma bastante irregular, con momentos de espera penosa.
El dúo Squarciapino-Frigerio hicieron un bonito decorado y vestuario que evolucionó a lo largo del argumento. Un más para Frigerio y sus maquinas ingeniosas e interesantes esteticamente y un menos para Squarciapino que vistió a la diva Inva Mula con un vestido amarillo, color que para nada la favoreció.
Los pequeños roles, abundantes en esta obra, fueron defendidos con rigor y profesionalidad, lo que no se pudo decir del protagonista. El Hoffmann de Zwetan Michailov fue soso, sin poesia, sin dotes actorales y con poco relieve vocal. Por otro lado, Samuel Youn defendió con honor sus diferentes papeles maleficos, a pesar de que su dicción no fuese siempre la mejor. Pero las verdaderas estrellas de la velada fueron Désirée Rancatore que dió voz a una Olympia de un virtuosismo teatral y lirico sin igual. Memorable! E Inva Mula que fué una Antonia llena de sensibilidad, maestria vocal y corporal (hay que resaltar que estas artistas fueron tambien las protagonistas en Madrid). La Muse/Nicklausse de Karine Deshayes fue igualmente memorable, lo que no se pudo decir de la Giulieta de Kate Aldrich, que protagonizó un tercer acto veneciano bastante cursi y sin interés.
Excelente trabajo del coro titular dirigido por Patrick-Marie Aubert, y de la orquesta, dirigida por el maestro Yves Abel, aunque en el algun momento tuvo un sonido demasiado poderoso, sofocando alguna de las voces.


THÉÂTRE DU CAPITOLE - Toulouse
www.theatre-du-capitole.org

Friday, June 13, 2008

LA DOLCE VITA TURCA... MÀ NON TROPPO


IL TURCO IN ITALIA de Gioacchino Rossini

30 de Marzo


La versión «dolce vita» de Tobias Richter tuvo todos los ingredientes para un resultado estupendo: una puesta en escena interesante, respaldada por la escenografia y vestuario excelentes de Gian Maurizio Fercioni, la dirección irreprochable de Maurizio Benini que tuvo su eco riguroso en la orquesta del Capitole, un coro del Capitole espléndido tanto vocalmente como a nivel teatral, y un equipo de cantantes maravillosos. Pero la magia no operó como se esperaba y esta opera buffa solo empezó a divertir y a sacar alguna reacción del publico a partir del segundo acto. Es dificil explicar por qué esta puesta en escena no tuvo la acogida merecida, pero no dejó de ser un momento lirico de gran calidad, belleza musical y estética teatral lograda: la de un balneario napolitano de los años 50.
Los cantantes exhibieron todos una gran maestría escénica: Pietro Spagnoli fue un Prosdocimo virtuoso, y aunque el papel del poeta no pida una gran exigencia vocal, el barítono hizo prueba de unas cualidades teatrales inmensas. Un equilibrio perfecto entre sus prestaciones vocales y teatrales se encontraron en las interpretaciones de Marco Vinco, un Selim exuberante y exótico, y de Brigitte Hool, una Zaida más sensual que enamorada. La Fiorilla de Inga Kalna estuvo divertida y dando colores interpretativos distintos a lo largo de la obra, pero su eficacia vocal fue puesta en juego por la dificultad de algunos agudos, que resultaron gritados. Para terminar hay que resaltar el buen hacer de Alberto Rinaldi, Lawrence Brownlee y Philippe Do.


THÉÂTRE DU CAPITOLE - Toulouse


www.theatre-du-capitole.org

LE QUATTRO RUSTEGHE


I QUATTRO RUSTEGHI de Ermanno Wolf-Ferrari


4 de Marzo


Esta obra, poco vista en la escena lirica, resultó genialmente divertida en la puesta en escena de Grischa Asagaroff. El director se rodeó de un equipo de mucho talento, como Luigi Prezioso, especialista en la commedia dell'arte que firmó la coreografia: los cantantes se movieron con gracia y exhibieron un trabajo gestual de gran expresividad, y el grupo de figurantes/actores, vestidos de personajes de la commedia animaron estupendamente los intermezzos. Luigi Perego supo construir una escenografia simple y eficaz, omnipresente, que nos situó en Venecia desde la entrada en el teatro, que se movia para dar vida y crear los nuevos espacios donde se desarollaba la acción.
Pero esta «comedia de malas maneras» se basa sobretodo en la fuerza de su reparto, que encontró aqui su justa medida: su quarteto de bajos, todos excelentes, de donde sobresale Roberto Scandiuzzi experto Lucarno lleno de energia tanto vocal como expresiva, acompañado por el Maurizio de Paolo Rumetz, el Cancian de Giuseppe Scorsin y el Simon de Carlos Chausson, orgullo español de carrera internacional. De resaltar tambien la prestación elegante de los tenores Luigi Petroni como Filipeto y sobre todo el Conte Riccardo de Francesco Piccoli.
Pero el verdadero protagonismo fue el de las voces femeninas: Marta Moretto, una Margarita inolvidable y de extrema comicidad, acompañada por la estupenda Marina de Chiara Angella, con una voz rica y una prestación escénica extraordinária y por la joven Lucieta de la prometedora Diletta Rizzo-Marin. La Felice de Daniella Mazzucato estuvo correcta y muy bien la Serva de Nicole Fournié.
La orquesta del Capitole fue dirigida por la mano maestra de Daniele Callegari que supo hacer el puente entre el escenario y el foso de forma armoniosa, colaborando a una velada muy entretenida tanto para el publico operistico como para un publico menos «habitué».

THÉÂTRE DU CAPITOLE - Toulouse

Crédito fotográfico: Patrice Nin

Thursday, March 13, 2008

Le chaos entre le professionnel et l'amateur


Le spectacle «Chaos II» de la compagnie Ah Bond Danse et les évènements nommés «Pas de Danse?» organisés par la MJC Roguet/Saint-Cyprien à Toulouse nous posent devant une problématique contemporaine assez importante concernant la politique culturelle française actuelle: les différences entre la création amateur et professionnelle.
«Chaos II», création programmée les 11 et 12 mars 2008 à la salle de spectacle de la MJC Roguet en est bien un exemple. Une chorégraphie pour 5 danseuses, buvant d'un mélange de styles entre danse contemporaine, danse moderne, danse jazz, danse africaine, danses latines, contact-improvisation et autres, avec un décor ambitieux.
Sur scène, la première image est comme si on rentrait dans l'univers du film «Alien», suivie par un solo presque intéressant de la chorégraphe, mais l'action se déroule de façon décevante dans un enchaînement de métaphores au premier degré d'une réalité que la chorégraphie prétend aborder philosophiquement. Le résultat c'est du Nietzche pour les enfants, allégé de telle façon qu'il ne reste qu'une esthétique narrative et descriptive, qui nous laisse une image «jolie», mais aucune raison pour réfléchir.
Mais «Chaos II» n'est pas un mauvais spectacle. Si nous le considérons comme un spectacle amateur, ou au mieux pré-professionnel. Mais après avoir payé 11€ pour voir un spectacle que nous attendons professionnel, nous pouvons que conclure qu'il y a un vrai problème de présentation.
Est-ce que le problème vient de la compagnie qui, peut-être, se présente comme professionnelle, ou provient-t'il plutôt des programmateurs qui proposent des spectacles prétendus professionnels, sans vraiment l'être, pour des raisons peut-être économiques? Ou sera que les programmateurs proposent des spectacles sans connaître les compagnies?
En l'occurrence cela n'était pas le cas, puisqu'il paraît que la compagnie avait déjà été programmée dans cette salle.
«Chaos II» est une création jeune, voir même puérile, qui joue entre l'expression corporelle et une esthétique moderne des années 70 du siècle passé, qui essaye de survivre avec des recours “à la mode” comme les danseuses dansant les seins nus. Ça bouge, ça gigote, ça bavarde (au niveau mouvement) mais il faut bien avouer que pour un groupe amateur il y a de la qualité de mouvement et d'interprétation de la part des danseuses.
Parce que la question est là: pour un spectacle amateur c'était pas mal; 5 danseuses qui ont de la fibre, qui apportent de l'énergie sur scène, un décor important, des lumières... mais si nous regardons la même chose d'un point de vue professionnel, tout change: la démarche chorégraphique est amateur, le niveau interprétatif est limite pré-professionnel, le décor qu'au premier abord pourrait paraître intéressant par l'ouverture de l'imagination que ça pourrait reveiller chez le public, se réduit au symbol de «la société et le système dans lequel les danseurs évoluent de façon mécanique» comme dit le programme, et les ambitions de la chorégraphe de trouver «un nouveau mode de fonctionnement qui passe par des pertes de contrôle» nous parraissent trop déterminantes du point de vue du public, et pas du tout aboutissant à ses fins. Trop d'explications, de descriptions tuent «Chaos II», même malgré quelques moments réussits qui n'arrivent pas à relever le niveau.
Mais le public a bien réagit: une ovation style «gala de fin d'année», et que comme dans le cas de ces galas, la salle de spectacle, d'habitude rarement pleine, contait environ quatre-vingts personnes. Cela explique peut-être cette programmation: l'objectif est-il de remplir les salles... au détriment de la qualité et du professionnalisme des spectacles?
La politique culturelle actuelle oblige: l'extinction des DRACs; encore moins d'argent pour la culture qui passe a être qu'un département du Ministère de la Jeunesse et des Sports ou du Ministère de l'Education Nationale; l'extinction progréssive de l'intermittence du spectacle et des petites et moyennes compagnies professionnelles... il paraît que la fossée se creuse entre les Grands Théâtres et Compagnies et les alternatives, qui peu à peu se voient obligées à adopter des statuts amateurs.
La France qui était en avance et servait d'exemple à d'autres pays pour le développement de systèmes de soutien à la culture, au spectacle vivant et à la création artistique, revient sur ces pas et s'éffondre dans la Pré-Histoire.
En espérant que le futur nous apportera une nouvelle Rennaissance!



La programmation «Pas de Danse?» propose d'autres spectacles jusqu'à fin mars 2008, quelques uns, nous savons, de compagnies confirmés et jeunes créateurs professionnels à découvrir.


Friday, February 22, 2008

«LA GENERALA» D'EMILIO SAGI: UNE "REINE DE LA NUIT" ESPAGNOLE


La zarzuela est pour l'Espagne ce que l'opérette est pour la France. Et si les grandes maisons d'opéra trouvent le genre mineur en comparaison au «grand opéra», c'est un genre à part entière, plus populaire, plus léger, et qui peut être une bonne initiation à ceux qui sont un peux réticents au grand art lyrique. Si l'opérette a atteint un statut international, la zarzuela reste, pour le moment, très Espagnole, avec peu d'incursions au delà des Pyrénées.
En allant, le 15 février 2008, assister à la première d'une nouvelle production de «La Generala» d'Amadeo Vives (grand compositeur Espagnol, qui mérite la reconnaissance internationale), nous nous sommes trouvés devant l'évidence que ce moment de «l'internationalisation» de la zarzuela n'est pas loin.
Emilio Sagi, metteur en scène Espagnol (avec une carrière internationale bien reconnue par le millieu lyrique, et actuellement le directeur artistique du Teatro Arriaga de Bilbao), s'est démontré non seulement un spécialiste du genre, mais un génie de créativité au meilleur de sa forme.
L'attente était énorme sur ce retour du créateur au Teatro de la Zarzuela de Madrid, maison qu'il a dirigé pendant dix ans, et le succès ne s'est pas fait attendre.
«La Generala» est per se une composition musicale de grande beauté, mais le libretto de Guillermo Perrín et de Miguel de Palacios, malgré une qualité littéraire assurée, peut laisser place à une mise en scène sans grand relief. Emilio Sagi a su en tirer un hymne à la vie et à l'Amour!
Le metteur en scène est aussi l'adaptateur de l'oeuvre, en rajoutant des textes qui donnent à «La Generala» de la fluidité et de la contemporaineité (chose qui manque presque toujours aux mises en scène des opérettes données en France, qui sont souvent le “cadeau de Noël pour les grands-mères” qui nous font les Grands Théâtres Lyriques).
«La Generala» d'Emilio Sagi est brillante (dans tous les senses du mot), généreuse, sensible, joyeuse et amusante, dans une action qui développe en totale harmonie texte parlé, chant, musique et numéros dansés.
Daniel Bianco, complice absolu de Sagi, crée une scénographie magique bien mise en évidence par les lumières d'Eduardo Bravo. De l'intérieur blanc du palais d'une monarchie décadente et en exile du premier acte, au carroussel et jardin du second, tout est pensé pour envelopper cette «Générale» du plus merveilleux “papier cadeau”. L'habillement est complété par les costumes de Jesús Ruiz, qui pourraient parfois paraître presque excessifs, mais qui sont tottalement en accord avec la mise en scène d'une génialité déjantée de Sagi.
Tirons aussi notre chapeau à Nuria Castejón, qui a chorégraphié avec brio son équipe hétérogène de danseurs-figurants, et qui fait aussi danser choeur et solistes avec élégance et naturel.
Dans le rôle titre de cette zarzuela nous avons vue une Carmen González taillée sur mesure pour incarner Berta de Tocateca. Et même si parfois elle paraissait éssouflée dans certains moments chantés, elle a assuré avec rigueur et expressivité, tant vocalement que dramatiquement. A ses côtés Ismael Jordi, en tant que Prince Pío, apporte la lumière et la beauté à laquelle il nous a habitué, parfaitement équilibré à son chant extraordinaire, qui nous dit qu'il est un des plus grands ténors de sa génération, et que nous souhaitons voir et écouter dans les plus grandes scènes internationales. Sonia de Munck, la Princesse Olga, illumine l'acte II, avec sa présence gracieuse, et même si ses aigües paraissent parfois un peu stridents, sont interprétation est divine. Divine est aussi sans doute l'adjectif adéquate pour parler de la prestation d'Itxaro Mentxaka, qui est une Reine Eva débordante d'humour et d'énergie, et qui en plus d'un travail d'acteur excellent est une chanteuse magnifique. Très bien aussi les Rois de Luis Álvarez (Cirilo II) et de Miguel López Galindo (Clodomiro V), d'une grande dignité et d'un grand comique, aussi bien que le Géneral Tocateca de David Rubiera, excellent en mari amoureux et naïf, capable de tout pardonner à son épouse manipulatrice d'hommes, si bien illustré dans la chanson de l'arlequin. Il faut aussi saluer Enrique Viana dans le rôle de Dagoberto et Richard Collins-Moore dans le rôle parlé de Guanajato, tous deux très drôles, même si parfois Viana n'était pas facile à entendre, surtout dans ses commentaires géniaux du premier acte.
Le choeur du Teatro de la Zarzuela a aussi interprété avec grand rigueur les quelques petits rôles qui demande l'oeuvre, et crée des moments chorales de grande expressivité dramatique et beauté vocale.
L'orchestre de la communauté de Madrid, titulaire du Teatro de la Zarzuela dirigé par José Fabra, nous a offert la délicieuse musique d'Amadeo Vives, sans enlever le protagonisme à ce qui se passait sur scène, dans un accompagnement permanent et complice, jusqu'à l'explosion finale qui laisse à n'importe quel néophyte ou expert l'envie de revenir.
Ne vous inquiétez pas si Madrid vous semble un peu loin, puisque «La Generala» sera sur scène au Théâtre du Châtelet de Paris à partir du 27 mai 2008.
A ne pas manquer!

«La Generala»
Du 15/02 au 16/03
Teatro de la Zarzuela, Madrid

LA COPA DEL AMOR Y DE LA MUERTE


(Versión reducida de la critica anterior sobre la función del 4 de Febrero 2008 de la ópera «Tristan und Isolde» de Richard Wagner, en el Teatro Real de Madrid)


Para esta historia de amor universal el director Lluís Pasqual eligió situar cada acto en una época diferente: el primer acto en el siglo XIII, época de origen del mito que dió nacimiento a esta ópera; el segundo en el siglo XIX, cuando escribió Wagner la ópera; y el tercero discurría en lo que podría ser un hospital moderno, del siglo XX. Estas evoluciones cronologicas contribuieron a ensalzar la intemporalidad de la obra.
Para esto el director colaboró con dos artistas bien conocidos de la escena lirica: Ezio Frigerio y Franca Squarciapino. Pero si la escenografia de Frigerio daba coerencia a la obra, a la vez que dejaba espacio a la imaginación, los figurines de Squarciapino quedaron solamente como complementarios al trabajo del escenografo.
La orquesta titular mostró su profesionalidad, pero la dirección de Jesús López Cobos le sacó algunas veces un volumen demasiado fuerte, haciendo dificultosa la audición de los cantantes.
Jeanne-Michèle Charbonnet fue una Isolde generosa, totalmente entregada a su personaje y con gran vigor vocal. A su lado brilló el Tristan de Robert Dean Smith, de una gran sensibilidad interpretativa. Alan Titus fue un Kurwenal sin ambigüedades y con una fuerza vocal capaz de sobrepasar el volumen a menudo demasiado fuerte de la orquesta. La Brangäne de Mihoko Fujimura, a pesar de su maravillosa interpretación vocal, decepcionó por su teatralidad algo anticuada y nada adaptada a esta puesta en escena contemporánea.
El bajo aléman René Pape fue un Rey Marke de gran nivel, extraordinario en la belleza de su canto y en la nobleza de su expresividad, así como Alejandro Marco-Buhrmester que se impuso por su presencia en el rol de Melot, dejando el interés de verlo y oirlo en papeles protagonistas. Ángel Rodríguez y David Rubiera, unicas voces españolas de esta producción, a pesar de su aparición breve, cantaron con temperamento y personalidad.
Teatro Real de Madrid

Thursday, February 21, 2008

LA COUPE DE L'AMOUR ET DE LA MORT



«Tristan und Isolde», la septième et sûrement la plus célèbre des opéras de Richard Wagner, est revenue à la scène du Teatro Real de Madrid pour cette saison 2007-2008, pour dix représentations d'exception, sous la direction théâtrale du catalan Lluís Pasqual.
Pour cette histoire d'amour universelle, Lluís Pasqual a choisit de situer temporalement chaque acte dans une époque différente. Le premier acte, à bord du bateau, se situait au XIIIème siècle, époque de l'origine du mythe qui a donné naissance à cet opéra; le deuxième acte, dans le jardin, au XIXème siècle, quand le compositeur a écrit l'opéra; et le troisième et dernier acte, dans ce que pourrait être un hôpital du XXème siècle. Ces évolutions chronologiques contribuèrent à l'intemporalité de l'oeuvre.
Pour cela le metteur en scène a demandé la collaboration de deux artistes bien connus de la scène lyrique: Ezio Frigerio et Franca Squarciapino. Mais si l'astucieuse scénographie de Frigerio était magnifique et donnait autant de cohérence comme d'espace à l'imagination de l'oeuvre, les costumes de Squarciapino n'étaient que complémentaires au travail du scénographe, sans démontrer une grande inventivité. Surtout dans l'acte «moderne» où les «fringues» entre militaire, hospitalier, et excéssivement informel (Isolde avait l'air d'avoir oubliée de mettre son costume et de venir sur scène en survêtement, comme si c'était pour une répétition), contrastèrent avec la puissance scénographique, théâtrale et musicale.
Cette puissance musicale, emblème de l'écriture wagnérienne, était évidemment à l'honneur avec l'interprétation de l'orchestre titulaire du Teatro Real, capable de transmettre, sans défaut, la beauté de cette musique. Malheureusement la direction de Jesús López Cobos sur cette partition n'a pas été toujours la plus appropriée, la conduisant quelques fois trop lentement et souvent avec un tel volume sonore que le public se demandait si les chanteurs étaient des acteurs d'un film muet. Si Wagner a proposé une musicalité pleine de contrastes, à López Cobos, si précieux dans d'autres registres, lui a manqué, cette fois, la subtilité de les restituer en finesse à une oreille sensible et connaisseuse.
Jeanne-Michèle Charbonnet a été une Isolde généreuse, engagée dès le début de l'oeuvre à son personage tourmenté, l'accompagnant avec grande vigueur vocale dans ce parcours initiatique d'amour et de mort. A ses côtés brillait le Tristan de Robert Dean Smith, d'une grande sensibilité interprétative et santé vocale. Alan Titus était un Kurwenal sans ambigüités, juste et avec une force vocale capable de surmonter le trop fort volume de l'orchestre. La tonicité contrastante de ses interventions pendant l'Acte I ont donné place a une richesse plus robuste dans le IIIème. Brangäne, chanté par la mezzosoprano japonaise Mihoko Fujimura, malgré sa superbe interprétation vocale a déçu dans son apport théâtrale, pas très convaincant. Sa gestuelle déclamatoire: les bras ouverts en croix et son rapport presque toujours trop frontal, parlaient d'une attitude théatrale un peu démodé et peu adéquate a cette mise en scène contemporaine.
La basse allemande René Pape a été un Roi Marke d'un grand raffinement vocale et interprétatif, extraordinaire dans la beauté de son chant et dans la noblesse de l'expression de ses sentiments, face à la trahison d'abord et à la compréhension en suite, de son bien-aimé neveu, Tristan. Alejandro Marco-Buhrmester s'imposait par sa présence digne, même dans le petit rôle de Melot, et donnait envie de le voir et entendre dans des rôles plus protagonistes. Ángel Rodríguez et David Rubiera étaient les uniques voix espagnoles de cette production, dans les rôles mineurs de berger et de timonier, rôles joués et chantés avec justesse et engagement, malgré son caractère bref.
Entouré d'une telle équipe, la mise en scène de Lluís Pasqual ne pouvaient être plus riche encore, et les presque 5 heures de cette oeuvre, si elles ne se passaient pas plus vite, au moins étaient appréciés à juste titre, même par un public néophyte. Pasqual nous a laissé sa vision de cette grande oeuvre du répertoire, qu'au-delà de personnelle, passionnelle, Allemande ou Européenne, restait universelle et accessible, par les valeurs qu'elle véhicule: l'Amour, le Eros grec de la Création, et la Mort, passage vers l'inconnu, étape de la sagesse Boudhiste, qu' intéressait tant Wagner.


Teatro Real de Madrid